16ªAssembleia Geral da União Africana de Radiodifusão (UAR) 18 – 20 de Junho de 2025 - Abidjan, Côte d’Ivoire
- gaoudairene
- 8 de abr.
- 3 min de leitura
Tema: Desenvolver os meios de comunicação: quais estratégias para uma
resiliência financeira, tecnológica e para conteúdos inovadores.
NOTA CONCEIPTUAL
I- Contexto
O cenário midiático global encontra-se actualmente em uma encruzilhada crítica. Em
África, os meios de comunicação enfrentam desafios cada vez mais interligados:
pressões econômicas, escassez de recursos financeiros, rápidas transformações
tecnológicas, concorrência crescente e desleal das multinacionais da informação.
A ameaça à viabilidade dos meios de comunicação africanos desestabiliza o tecido
social, impactando directamente os profissionais do audiovisual, cuja situação se
torna cada vez mais precária.
Diante da competitividade imposta pelos novos canais de comunicação, as
emissoras africanas estão sob forte pressão. Os modelos tradicionais de
financiamento, baseados em publicidade e subsídios públicos, estão se
deteriorando. Segundo a UNESCO, as receitas publicitárias em muitos países
africanos registraram uma queda significativa desde 2016. O International Center
For Journalists (ICJ) destaca que "Google e Meta/Facebook agora absorvem cerca
de metade de todos os investimentos em publicidade digital no mundo. Nos últimos
cinco anos, a receita publicitária global dos jornais caiu pela metade". Além disso, os
orçamentos públicos são cada vez mais direccionados para outras prioridades,
tornando os meios de comunicação mais vulneráveis à influência política, à
desinformação e à dependência externa, comprometendo seu papel de contrapoder.
Mudança de Paradigma
As mudanças tecnológicas, embora proporcionem novas oportunidades, também
trazem desafios consideráveis. A transição digital exige investimentos massivos em
infraestrutura, educação midiática e capacitação profissional. No entanto, muitas
mídias africanas, especialmente nas regiões mais remotas, não possuem os
recursos necessários para se adaptar rapidamente, o que amplia o fosso digital e
marginaliza uma parte significativa da população, limitando seu acesso à informação
de qualidade.
A concorrência global também se intensifica. Empresas de mídia estrangeiras, com
tecnologias avançadas e grande cobertura via satélite, captam uma parcela
significativa da audiência africana, em detrimento das mídias locais. Essa
"colonização midiática" ameaça silenciar as vozes africanas e comprometer a
capacidade dos meios de comunicação do continente de reflectir e promover suas
culturas e identidades. Como os governos africanos podem criar um ambiente
midiático favorável ao crescimento e à resiliência? Esse não seria um papel
essencial a ser assumido?
A Urgência da Acção
Diante desse cenário crítico, a União Africana de Radiodifusão precisa agir com
visão clara, determinação inflexível e vontade de transformação radical. É essencial
repensar os modelos econômicos, as estratégias de produção e os formatos de
distribuição.
A inovação deve ser nossa bússola e a antecipação, nosso método. Precisamos
construir um novo paradigma para o futuro da radiodifusão africana, baseado na
integração de novas tecnologias (Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain, 5G), na
diversificação de plataformas (streaming, podcasts, redes sociais) e na adaptação
aos novos hábitos da audiência.
Essa transformação não é uma opção, mas uma necessidade urgente para garantir
a vitalidade e o impacto dos meios de comunicação africanos. Estamos prontos para
enfrentar esse desafio e construir um futuro promissor para a mídia africana?
II- Objectivo Geral
O principal objectivo da 16ª Assembleia Geral da UAR é definir e promover
estratégias inovadoras e soluções transformadoras que assegurem a resiliência e a
sustentabilidade dos meios de comunicação africanos diante dos desafios
econômicos, tecnológicos e concorrenciais, preservando seu papel crucial no
desenvolvimento social, cultural e econômico do continente.
III- Eixos Temáticos
Resiliência financeira: Estratégias inovadoras e novos modelos econômicos.
Resiliência tecnológica: Difusão via satélite – custos, investimentos e perspectivas.
Conteúdos inovadores: Relevância, resposta às aspirações do público (juventude,
diversidade, igualdade de gênero, etc.).
IV- Painéis
Painel 1: Transmissão televisiva e transição digital – desafios, inovação e
perspectivas para o audiovisual africano.
Painel 2: Resiliência financeira – antecipar, gerir e prosperar.
Painel 3: Inovação nos conteúdos – criar, impactar e se destacar em um ambiente
competitivo.
V- Público-Alvo
Directores-gerais de empresas de mídia, autoridades governamentais, especialistas,
acadêmicos, criadores de conteúdo, representantes de associações do sector e
parceiros estratégicos.
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