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16ª Assembleia Geral da UAR - Entrevista com o Director-Geral da TDA

Estamos aqui no contexto da 16ª Assembleia Geral da UAR. Considerando as rápidas transformações no panorama mediático, especialmente o crescimento do digital e das plataformas de streaming, quais são as principais estratégias da TDA para modernizar as suas infraestruturas e serviços, de modo a manter-se competitiva no mercado africano? 

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Um radiodifusor enfrenta hoje um desafio crucial: a sua sobrevivência. O seu ofício é directamente impactado pela emergência das redes sociais, o que o obriga a estar presente nesses novos modos de distribuição e difusão de conteúdos.

Assim, a sustentabilidade de um radiodifusor passa pela integração de plataformas interoperáveis, interconectadas, serviços agregados e uma abertura para o internacional. A TDA compreendeu plenamente a importância desta transformação desde o surgimento dessas novas tecnologias. Conduziu os seus estudos e transferiu todas as suas plataformas de difusão para infraestruturas preparadas para operar numa rede multi-CDN, com Web TV e serviços B2B. Resta apenas finalizar as convenções e contratos para o lançamento definitivo dessas novas tecnologias.

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A primeira fase da digitalização para a televisão foi concluída em 2014 pela TDA, com o lançamento de mais de 660 locais de transmissão. A Argélia, sendo um país vastíssimo, cobre atualmente 97% da população. Para cobrir todos os eixos rodoviários, é ainda necessário investir e instalar mais emissores e centros de difusão. No que diz respeito à rádio FM, a sua audiência continua fiel.

Quanto ao digital, as licenças passaram a estar sistematicamente integradas nos rádios móveis e sistemas embutidos nos veículos. A TDA testou durante um ano várias marcas de emissores para escolher aquela que oferecesse a melhor qualidade de serviço e um sistema de modulação robusto, garantindo esse serviço digital. Com uma única frequência, é possível transmitir até 18 programas com excelente qualidade.

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Como técnico, referiu que as redes sociais representam uma ameaça para a radiodifusão. Mas não são também uma fonte de oportunidades?


Sim, é uma oportunidade para atingir o consumidor final, mas também uma fonte de risco. Com o advento da inteligência artificial, por vezes usada para criar imagens com fins não regulados, o radiodifusor é obrigado a implementar soluções de IA para detetar e limpar esses conteúdos que proliferam nas redes sociais.

Para alguns países, isso resultou na criação das suas próprias redes sociais, como "semelhantes ao YouTube" ou "semelhantes ao Facebook", com o objectivo de controlar os conteúdos. É uma questão de soberania nacional, pois tais conteúdos podem impactar negativamente a educação das nossas crianças, com mensagens desalinhadas dos nossos princípios e da nossa religião. Uma rede social deve, portanto, ser estritamente controlada para evitar conteúdos prejudiciais à população.


Quais são as iniciativas concretas que a TDA prevê tomar ou reforçar com outros radiodifusores africanos membros da UAR, nomeadamente em termos de intercâmbio de conteúdos, formação e desenvolvimento tecnológico?

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A TDA não produz conteúdos, mas pode hospedá-los, além de assegurar o arquivamento e a gravação. As entidades responsáveis pela produção de conteúdo audiovisual na Argélia são a Rádio e a Televisão – o grupo estatal completo argelino –, que é membro do Conselho Executivo. A TDA está disposta a apoiar todos os radiodifusores e a promover intercâmbios tecnológicos e de saber-fazer.

Não podemos saber ou fazer tudo. Outros países africanos estão mais avançados do que a TDA em certas áreas da radiodifusão, e outros menos. A TDA está, portanto, pronta para oferecer os seus serviços nesse domínio.

Além disso, a TDA será, no âmbito da MEDIACITY, a operadora de todas as plataformas e centros de dados. Podemos começar com servidores de estúdios virtuais com personagens virtuais, o que poderá até questionar a profissão de jornalista.

Com a evolução tecnológica, os serviços OTT e as redes sociais, enfrentaremos novos desafios. A TDA pode fornecer, por meio de contratos de prestação de serviços, redes sociais, fluxos OTT prontos a distribuir e soluções técnicas para a radiodifusão terrestre e via satélite (TNT).

A TDA, como membro fundador da União, está sempre pronta a contribuir com o seu know-how, equipamentos técnicos e todos os seus recursos para fazer progredir a União e os radiodifusores. O ideal é que todos estejam no mesmo nível para garantir interatividade nos conteúdos e na difusão.


Como antevê o futuro da radiodifusão em África hoje? Por que não uma transição para a 5G para melhorar as condições de transmissão? Muito poucos países africanos estão a implementar essa transição. Acredita que o sonho é possível ou permaneceremos indefinidamente num sistema de difusão que sobrecarrega os orçamentos em África?

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É necessário distinguir entre 5G móvel e 5G broadcast. A 5G broadcast ainda não está homologada; testes estão a decorrer com vários fabricantes de emissores.

O futuro da radiodifusão e da difusão de conteúdo individual reside em plataformas interconectadas e interoperáveis. Isso significa que será possível aceder a conteúdos em qualquer suporte, clássico ou moderno, adaptá-los às nossas redes e difundi-los por meio de estações tecnológicas de emissão.

Quanto à 5G móvel, ela já capturou uma parte importante do espetro reservado aos radiodifusores. Mas isso não é necessariamente negativo, pois a 5G móvel visa concretizar o sonho de uma televisão móvel. O radiodifusor transmitirá em 5G com interatividade. Num futuro próximo, existirão recetores de 5G broadcast.

Essa é a missão do radiodifusor: garantir uma difusão 5G broadcast. O retorno, o "feedback", será assegurado pelas estações BTS dos serviços móveis. É um radiodifusor inteligente: implementa a 5G broadcast e plataformas que utilizarão gratuitamente as redes dos operadores móveis para veicular dados VOD, informações meteorológicas, interatividade e estatísticas.

Portanto, não há guerra aberta ou velada sobre a largura de banda ou frequência. Pelo contrário, o radiodifusor é o grande beneficiado, pois os operadores móveis investem maciçamente na fibra ótica e na internet. Nós acoplamos os nossos serviços gratuitamente a essa infraestrutura para garantir os nossos serviços. Um radiodifusor estatal, por exemplo, que detenha a exclusividade da difusão de conteúdos audiovisuais, será o operador mais próspero do país – mais ainda que os operadores móveis.

 

 

 

 

 
 
 

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